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Mostrando postagens de outubro, 2021

O sertão sem Luar

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Acho que nem inhambu descansa-me, de menos um galo triste. Não sou lua nem Luiz Gonzaga, sou é eu e este segundo ano da peste onde nada irá prosperar. Nada! Em terras que minhas ainda haverão de ser, sendo no hoje de guarda onerosa por dever, grotas são três. Nascentes em terras bem altas, groteabrindo até lagoas em brejos menos altos. Brejinho onde lontra é mato e este é braqueara com ocos de tatu. Ali na noite, onde o que pia é o curiango, inhambu-sururina não se ouve e o que se vê é o branco já transalmado da minha besta ruana, a Russa. Por 33 anos naqueles pastos ela prosperou, mas duas pestes por sobre a mãe de todas as faltas d'água, fez minha Russa não ver outro janeiro. Matei ela com dois peões, quem me dera ter uma garrucha. Antes e depois chorei de tristeza. Russa que para os seus, com 33 anos estava para Matusalém. Não para Cristo. Cruz que vejo sendo carregada nessa história, pesa sobre minhas costas. Malungo que sou, na idade do Filho do Senhor. "Não fiques triste

Bandoleiros à procura de pingos de ouro nas noites escuras de terror

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Sapinho-pingo-de-ouro, como ficastes oculto por tanto tempo? Pois que oculto em partes, não visto por certos espectros, enquanto bem notado por outros. Não visto pelos catálogos de biólogos, que só lhe determinaram nova espécie neste segundo ano da peste, às margens da maior selva de pedra do hemisfério sul. Pasmo! Como não o notaram antes? Tocado o foi por índios, colonizadores e brasileiros que não lhe deram muita diferenciação, sem importância o tomaram. No que se diferencia, somente olhos atentos e equipamentos de raios DNA poderiam mesmo enxergar: placas ósseas irregulares e genes diferenciados. É uma nova espécie, que vive por debaixo das folhas da mata atlântica paulistana, da metrópoles.  E sapo é o quê? Nem só da terra, nem só da água. Nem do mar e correntes de rio; nem das areais e dos meios. Serzinho das bordas que estes separam. Brejos e lagoas com barrancas de argila. Folhagens cheias de água que a pele hidrata, nunca afogado no líquido ou longe demais deste. Pensando nas

Padrões incompletos

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Mais presente se faz aquilo que está ausente. Constato que nesses tempos do pouco nascer são as auras daqueles que direito tinham de lumiar e não acederam, que preenchem o pesado sentir que permeia o éter. Vossasenhoria perceba que o movimento do simples deslizar no vento, no graminhá, nestas partes de tempos e terras, parecem contra-inerciais com mais intensidade. Carregamos pedras mesmo no repousar, pressões do faltante sobre aquelas dos tão presentes à tempos anteriores. Com o surdo golpe de cabeça de aço quebram-se os granitos que topamos no caminho que se segue. Mas marreta alguma acerta naquilo que não se vê ou toca. Pedras dos faltantes, ausentes por si próprias, são as cruzes que nosso Senhor nos deu para todo sempre suportar.  Imagem de  Ivan Tsaregorodtsev  no  Unsplash Imortalidade querem os homens-crianças de Carl Jung. A mim vida eterna não se faz, sendo a morte bem vinda na hora certa, que não é a hora longe nem a perto. Na consciência daqueles que aceitam a própria mente