O líder que não era

Ali Khamenei, o supremo líder do Irã, anda sumido. Por 46 anos seu país se preparou para o dia da batalha final contra o Grande Satã e o Pequeno Satã. Mas quando o inferno bateu-lhe a porta, Ali sumiu.

Hoje, 10⁰ dia da guerra, a defesa aérea iraniana está dizimada. Israel continua a encontrar e destruir quantidades enormes de munição. Coisas quê não deveriam estar acontecendo se os comandantes de campo tivessem autonomia para inovar e camuflar.

A defesa anti-aérea sequer derruba drones (apenas dois até agora), incapaz de executar a mais simples das emboscadas SAM.

O ministro das relações exteriores e o próprio presidente, quando falam com a mídia o fazem com lentidão e um comedimento digno de eremitas. Parecem algemados nas ações.

A única explicação que tenho para tal letargia é que Ali centraliza tudo, mas vive isolado num bunker qualquer, sem OSINT Twitter para se informar.

Olhando em retrospecto, aquilo que escrevi em agosto de 2024 sobre a guerra que se delineava no horizonte, talvez fosse melhor explicado sob a ótica do líder ausente. 

Não era "enganação e camuflagem", mas "letargia e indecisão" mesmo.

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